sábado, 17 de abril de 2021

Estamos enamorados.

Foi naquele dia frio de início de inverno que nos encontramos naquela rua arborizada com belas angélicas, e a popular flor da boca da noite ou a rainha da noite. Estava frio, você tremia, batia queixo, esforçava-se para não tremer e quanto mais se esforçava, mais tremia. Ofereci a ti o meu casaco, aceitou de pronto, o corpo aqueceu-se e parou de bater o queixo. Assim passou a conhecer a mim, assim começou o meu apego por ti, foi apego à primeira vista, fui fisgado, claro, com uma boa ajuda da noite fria de inverno. Acreditei no teu olhar, depositei em ti o meu calor de querer bem, de respeito, que acredito, seja a maior prova de amor de que se tem notícia. "Se não há respeito, não pode haver amor, ambos formam uma simbiose". Hoje 25 anos passados, paro e rio-me daquela decisão repentina, impensada, apenas o instinto de homem amante, não do macho, mas do homem amante, sensível ao amor, ao calor que alimenta a alma, o espírito, que forma o nicho do sempre querer bem, onde a tesão e o ócio ainda fazem parte das nossas peripécias sexuais, Sempre na data deste feliz aniversário ainda dou-te aquelas lindas angélicas para adornar a nossa mesa de centro e assim manter viva esta chama que nos une, nos aquece, nos afaga que damos o nome de compromisso, cumplicidade. Hoje, nos meus quase 60 anos, olho para ti e digo: - Ah, se não fosse este oxigênio, que me refrigera todos os dias o meu pulmão repleto de amor, carinho, à minha maneira é claro. Felicidade! jovens enamorados, esta pérola, está em ti e somente de ti depende para ser descoberta, tem cheiro de flor do campo, angélica, ordália, jasmim, hortência e outras femininas que por aí estão, aguardando serem descobertas por homens e não apenas por machos... Professor Roldão Silvério

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