quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

MEDOS DA CRIANÇA Muitas das nossas dores emocionais têm raízes profundas na infância. Traumas, muitas vezes invisíveis ou considerados pequenos, podem moldar nossa visão de mundo e nossas reações. Eles atuam no nível neural, impactam áreas do cérebro como a amígdala, associada ao medo, e o hipocampo, ligado à memória. Esses circuitos, formados desde a infância, podem influenciar nossa vida adulta na forma inconsciente, nos deixam aprisionados em padrões de comportamento que nem sempre conseguimos entender. No entanto, há uma boa notícia: a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reorganizar e criar novos caminhos neurais, nos oferece a possibilidade de reescrever essas histórias internas. Não estamos condenados a carregar para sempre as dores do passado; podemos aprender a transformar e ressignificar as experiências que marcaram nossas vidas. A neurociência confirma que podemos alterar a forma como o nosso cérebro processa traumas e emoções. Um estudo recente da Universidade de Stanford mostrou que práticas mindfulness e auto afirmações são eficazes para ativar o córtex pré-frontal, a parte do cérebro responsável pela regulação emocional. Isso nos ajuda a reavaliar as experiências dolorosas, diminuem o impacto negativo que exercem sobre o nosso comportamento e bem-estar. E aqui vai uma reflexão prática para você: Feche os olhos por alguns minutos e visualize um momento difícil da sua infância. Pode ser uma situação de medo, tristeza ou frustração. Agora, imagine-se voltar no tempo e oferecer a si mesmo o apoio que desejou de ter recebido naquele momento. Diga a si mesmo as palavras que carece ouvir, imagine o carinho, o acolhimento e a compreensão. Esse simples exercício pode ser um dos primeiros passos para a cura emocional. poderá ativar o seu cérebro de forma a criar novos caminhos neurais, promover uma reestruturação emocional. Não se trata de apagar o passado, mas de ressignificar as experiências, de dar a si mesmo a proteção e o cuidado que, talvez, na infância, você não tenha recebido. Clara Braz

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