quarta-feira, 3 de setembro de 2025

TRAUMAS

MEDOS DA CRIANÇA 

Muitas das nossas dores emocionais têm raízes profundas na infância. 
Traumas, muitas vezes invisíveis ou considerados pequenos, podem moldar nossa visão de mundo e nossas reações. 
 Eles atuam no nível neural, impactam áreas do cérebro como a amígdala, associada ao medo, e o hipocampo, ligado à memória.
 Esses circuitos, formados desde a infância, podem influenciar nossa vida adulta na forma inconsciente, nos deixam aprisionados em padrões de comportamento que nem sempre conseguimos entender. 
 No entanto, há uma boa notícia: a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reorganizar e criar novos caminhos neurais, nos oferece a possibilidade de reescrever essas histórias internas.
 Não estamos condenados a carregar para sempre as dores do passado; podemos aprender a transformar e ressignificar as experiências que marcaram nossas vidas.
 A neurociência confirma que podemos alterar a forma como o nosso cérebro processa traumas e emoções. 
Um estudo recente da Universidade de Stanford mostrou que práticas mindfulness e auto afirmações são eficazes para ativar o córtex pré-frontal, a parte do cérebro responsável pela regulação emocional. Isso nos ajuda a reavaliar as experiências dolorosas, diminuem o impacto negativo que exercem sobre o nosso comportamento e bem-estar.
 E aqui vai uma reflexão prática para você: Feche os olhos por alguns minutos e visualize um momento difícil da sua infância. 
Pode ser uma situação de medo, tristeza ou frustração. 
Agora, imagine-se voltar no tempo e oferecer a si mesmo o apoio que desejou ter recebido naquele momento. 
Diga a si mesmo as palavras que carece ouvir, imagine o carinho, o acolhimento e a compreensão.
 Esse simples exercício pode ser um dos primeiros passos para a cura emocional. poderá ativar o seu cérebro de forma a criar novos caminhos neurais, promover uma reestruturação emocional. 
Não se trata de apagar o passado, mas de ressignificar as experiências, de dar a si mesmo a proteção e o cuidado que, talvez, na infância, você não tenha recebido. 
 Clara Braz

MEUS OITO ANOS

MEUS OITO ANOS 

Oh! Que saudades que tenho 
 Da aurora da minha vida, 
 Da minha infância querida 
 Que os anos não trazem mais! 

 Que amor, que sonhos, que flores,
 Naquelas tardes fagueiras 
 À sombra das bananeiras, 
 Debaixo dos laranjais! 

 Como são belos os dias 
 Do despontar da existência!
 Respira a alma inocência 
 Como perfumes a flor; 

 O mar é lago sereno, 
 O céu, um manto azulado, 
 O mundo, um sonho dourado, 
 A vida, um hino d'amor! 

 Que auroras, que sol, que vida, 
 Que noites de melodia 
 Naquela doce alegria, 
 Naquele ingênuo folgar! 

 O céu bordado d’estrelas, 
 A terra de aromas, cheia, 
 As ondas beijando a areia 
 E a lua beijando o mar! 

 Oh! dias da minha infância! 
 Oh! meu céu de primavera! 
 Que doce a vida não era 
 Nessa risonha manhã.

 Em vez das mágoas de agora, 
 Eu tinha nessas delícias 
 De minha mãe as carícias 
 E beijos de minha irmã!

 Livre filho das montanhas, 
 Eu ia bem satisfeito,
 De camisa aberto ao peito, 
 Pés descalços, braços nus - 

 Correndo pelas campinas 
 À roda das cachoeiras,
 Atrás das asas ligeiras 
 Das borboletas azuis! 

 Naqueles tempos ditosos
 Ia colher as pitangas, 
 Trepava a tirar as mangas, 
 Brincava à beira do mar;

 Rezava às Ave-Marias,
 Achava o céu sempre lindo, 
 Adormecia sorrindo 
 E despertava a cantar! 

 Oh! Que saudades que tenho 
 Da aurora da minha vida, 
 Da minha infância querida 
 Que os anos não trazem mais! 

 Que amor, que sonhos, que flores, 
 Naquelas tardes fagueiras 
 À sombra das bananeiras,
 Debaixo dos laranjais!

 CASEMIRO DE ABREU

OS VIGILANTES

QUANDO O BICHO HOMEM CHEGA AS DUAS AMIGAS CAMINHAVAM PELAS TRILHAS AINDA MOLHADAS PELO ORVALHO QUE CAIRA À NOITE, CAMINHAVAM, QUANDO UMA DELAS PAROU, ASSUNTOU E DISSE: - TEM ALGUÉM COM MUITA PRESSA, A OUTRA DISSE: - PRESSA E MEDO. A CONVERSA CONTINUOU: - MEDO DE QUÊ? VEJA AS FLORES, VIÇOSAS, BRILHANTES, ... UMA ABELHA EM BUSCA DE NÉCTAR, PASSOU VOANDO E GRITANDO: - SINTO CHEIRO DE FUMAÇA! SERÁ QUE UM DOS BICHO HOMEM ESTÁ ROUBANDO O SAMBURÁ DA RAINHA? UMA DAS AMIGAS RESPONDEU: - NÃO! AQUI ESTAMOS PROTEGIDAS PELA FLORESTA, PELOS ARBUSTOS, PELAS FLORES E TEMOS AINDA, AS GIRAFAS, QUE SÃO AS NOSSAS ATALAIAS, SEMPRE NOS AVISAM SOBRE PERIGOS PRÓXIMOS, CALMA AMIGUINHA, TEU OLFATO PODE TÊ-LA ENGANADO. CAMINHARAM ATÉ CHEGAR A UM DESCAMPADO, ALI ENCONTRARAM VÁRIOS AMIGOS (AS), NUM PARLAMENTO ACALORADO, A ARARA BOIADEIRA, DISSE EM VOZ ALTA E TOM DE TERROR: - EU VI ALI PRAS BANDAS DOS COQUINHOS AMARELOS UM ANIMAL DE DUAS PERNAS, CARREGANDO UMA LUZ NAS MÃOS. O MACACO PREGO, SEM ENTENDER, EMITIU UM GRUNHIDO, QUE ERA UMA MISTURA DE MEDO E CURIOSIDDE, O PERIQUITO, DISSE: - O QUE FOI AMIGUINHO? É QUE MINHA IRMÃ FOI LÁ PRA BUSCAR COQUINHO PRA EU COMER. E ELA FOI SOZINHA? PERGUNTOU A GRALHA AZUL. SIM, FOI SÓ! NOSSA SENHORA DO COQUINHO AMARELO, NÃO PODE SER! DISSE A CORUJA BURAQUEIRA. A FORMIGA CORTADEIRA CHEGOU COM AS SUAS SEGUIDORAS E DISSE TER SENTIDO CHEIRO DE MATO QUEIMADO, MAS NÃO SABIA ONDE ERA, PORÉM DISSE AO GRUPO PRA PÔR O PLANO DE FUGA EM PRÁTICA. O JABUTI DISSE À GIRAFA: - OLHE, AMIGA E DIGA O QUE VOCÊ VÊ! A GIRAFA ERGUEU A CABEÇA O MAIS ALTO QUE PÔDE E NADA VIU. A ÁGUIA DISSE: - DEIXA COMIGO. ALÇOU VOO BEM ALTO, APUROU A VISÃO E VOLTOU, O GAVIÃO PERGUNTOU À ÁGUIA: - O QUE VIU? O PAPAGAIO VERDADEIRO, GALANTE COMO É, FOI LOGO PERGUNTANDO, E AÍ MENINA O QUE VOCÊ VIU? VI UMAS LUZES MISTURADAS COM FUMAÇA E TEM MUITOS AMIGUINHOS GRITANDO POR AJUDA, MAS NINGUÉM PODE AJUDÁ-LOS, RESPONDEU A ÁGUIA. TODOS SE OLHARAM, E OLHARAM PARA A ÁGUIA E PARA A ARPIA. A ÁGUIA, POR SER PRÓ ATIVA E EMPATA, PRONTIFICOU-SE EM BUSCAR AJUDA. A ARPIA POR SUA VEZ, PRONTIFICOU-SE EM CONVERSAR COM O TIGRE PRA AGIR COMO JUÍZ CONTRA OS BICHOS QUE ESTAVAM DISPOSTOS A ACABAR COM AQUELE REINO DE HARMONIA E TRANQUILIDADE, EM MEIO ÀQUELA VEGETAÇÃO QUE DAVA À TODOS OS ALIMENTOS E AS CONDIÇÕES DE CRIAREM AS SUAS PROLES.

Professor Roldão Silvério 

sábado, 22 de março de 2025

REFLEXÕES

JAMAIS ELOGIE A TI MESMO. SE HOUVER, QUE VENHAM DE OUTRAS PESSOAS. NÃO DESEJE COLHER FRUTOS DE PLANTAS QUE VOCÊ NUNCA PLANTOU OU CULTIVOU. DÊ UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE, JAMAIS, UMA TERCEIRA! CUIDADO AO QUEIMAR PONTES, VOCÊ NÃO SABERÁ, QUANTAS VEZES SERÁ NECESSÁRIO PARA TI, ATRAVESSAR O MESMO RIO! LEMBRE-SE QUE 70% DO SUCESSO EM QUALQUER ÁREA, SE BASEIA NA CAPACIDADE EM, LIDADAR COM PESSOAS! PROTEJA OS MENORES, PROTEJA OS INDEFESOS! ASSUMA O CONTROLE DA TUA VIDA. NÃO PERMITA, QUE OUTRA PESSOA, FAÇA POR TI! VISITE AMIGOS, PARENTES, QUANDO ESTIVEREM NO HOSPITAL, A VISITA, SEMPRE SERÁ CURTA! PENSE DUAS EZES, ANTES DE SOBRECARREGAR UM AMIGO, COM UM SEGREDO! MANTENHA UM BLOCO DE ANOTAÇÕES E UM LÁPIS, NA MESA DE CABECEIRA. IDEIAS QUE VALM MILHÕES DE REAIS, SURGEM NA MADRUGADA! MOSTRE RESPEITO POR TODOS QUE TRABALHAM PARA SOBREVIVER, NÃO IMPORTA QUÃO SIMPLES SEJA A SUA OCUPAÇÃO! A MENOS QUE ELA SEJA MEMBRO DA TUA FAMÍLIA, SEMPRE CUMPRIMENTE UMA MULHER, COMPROMETIDA, COM UM LEVE APERTO DE MÃO! NÃO SE DEMORES, ONDE NÃO FOR BEM-VINDO TODOS DESEJAM E INCENTIVAM O TEU CRESCIMENTO PROFISSIONAL, ATÉ COMEÇAR A SUPERÁ-LOS!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A NOSSA ADAPTAÇÃO A vida é feita de ciclos, de desafios que, muitas vezes, nos parecem insuportáveis. E, por mais que a dor e o sofrimento nos marquem profundamente, é importante lembrar que o verdadeiro poder reside na escolha que temos a cada instante: a escolha de como responder ao que nos acontece. O cérebro humano, em sua estrutura mais profunda, está preparado para lidar com adversidades. Nossa neurociência nos mostra que, diante do estresse ou da dor emocional, o cérebro ativa áreas que preparam o corpo para reagir e nos proteger. No entanto, também possui a incrível capacidade de reprogramar-se. Quer dizer que, por mais forte que tenha sido o impacto de uma experiência dolorosa, temos em nossas mãos a chave para a transformação, que começa pela nossa resposta àquela situação. A forma como reagimos diante do sofrimento é fundamental à nossa resiliência. Sabemos que o cérebro tem uma plasticidade impressionante, ou seja, pode ser remodelado por meio dos nossos pensamentos, ações e emoções. Não importa o quanto a vida tenha sido difícil até aqui, o que realmente importa é a escolha que você faz neste momento. Você tem o poder de alterar o rumo da sua história, de redefinir o que as dificuldades que você enfrentou signifiquem para você. O primeiro passo é permitir-se a possibilidade de escolha. Não se trata de ignorar a dor ou negar o sofrimento, mas de aceitar que você pode aprender com ele, transformar-se com ele e, principalmente, decidir o que fazer com ele. E, ao fazer essa escolha, não se esqueça de que você tem dentro de si uma rede de apoio poderosa: suas crenças, seus valores, sua história, sua capacidade de se reinventar. A dor pode ter sido intensa, mas o que você faz com ela pode gerar uma força ainda maior. Você não é refém do que aconteceu no passado. Você é livre para criar novos caminhos, novas narrativas. Você tem se permitido lidar com os desafios da sua vida? Você tem exercido seu poder de escolha diante da dor e das dificuldades? A escolha está em suas mãos. O poder é seu. Com amor, Clara Braz
EU E MEUS MEDOS A nossa criança interior é uma fonte de sabedoria que carregamos ao longo da vida, e ela traz consigo três vozes principais que podem ser poderosas aliadas ou, se ignoradas, se tornar limitações. Cada uma delas tem um papel fundamental na forma como enfrentamos os desafios e nos relacionamos com o mundo. Hoje, te convido a olhar para essas três vozes e refletir sobre como elas influenciam sua vida e sua carreira. 1. A Voz do Medo O medo na infância tinha uma função protetora: nos avisava sobre os perigos reais e nos ajudava a evitar situações de risco. No entanto, à medida que crescemos, essa mesma voz de medo pode se tornar uma prisão nos impedem de tentar algo novo, de nos arriscar, de sair da zona de conforto. Muitas vezes, nos faz acreditar que não somos bons o suficiente ou que falhar é algo irreparável. A chave aqui é entender que o medo da infância nem sempre corresponde aos desafios da vida adulta. 2. A Voz da Criatividade Quando éramos pequenos, não havia limites para nossos sonhos. Criávamos mundos, inventávamos histórias e víamos possibilidades em cada esquina. A criatividade não estava limitada pelo, dever ser, ou pela lógica do possível, ela era pura, espontânea, livre. Pesquisas publicadas no Jornal Psicologia da Positividade indicam que a liberdade para explorar a criatividade está diretamente ligada à nossa capacidade de inovação e resolução de problemas. Isso significa que ao dar espaço para nossa criança interior, fortalecemos nossa habilidade de pensar fora da caixa e encontrar soluções inesperadas aos desafios que enfrentamos. 3. A Voz da Curiosidade Quando éramos crianças, questionávamos tudo: "Por que o céu é azul?", "Como os pássaros voam?", "O que tem dentro da terra?" A curiosidade nos dava energia, nos desafiava a descobrir mais e nos fazia crescer a cada pergunta respondida. Essa curiosidade é essencial para o desenvolvimento contínuo, mas na vida adulta, muitas vezes a deixamos de lado em favor da rotina e da previsibilidade. Ignorar nossa curiosidade pode resultar em estagnação emocional e profissional. Agora, te convido a fazer um exercício simples, mas extremamente poderoso. Separe 10 minutos do seu dia para pensar sobre um desafio que você enfrenta atualmente. Pergunte-se: “O que minha criança interior faria diante dessa situação?” Pergunte-se o que ela diria, qual seria sua abordagem, como resolveria esse problema. Se você está disposto a explorar mais essas vozes da sua criança interior e entender como podem te ajudar a crescer, estou aqui para conversar contigo. Com amor, Clara Braz

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

MÃE

Mãe é quem fica, depois que todos se vão. Depois que a luz se apaga, que todos dormem. Mãe fica. Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tem um filho, nunca mais sua mente estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica. Fica neles. Eles comeram, dormiram na hora certa Brincaram como deveriam A professora é cuidadosa O amiguinho parou de bater O pai não esqueceu o remédio Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra certificar-se que a tosse passou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder tempo cozinhando. Presença por inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe. Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora. Quando as certezas se desfazem. Mãe fica. Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos os cantos. É caminho que cura. Nada é tão transformador do que amar um filho. Nada é tão fortalecedor que ser amado por uma mãe. Porque a mãe fica, o filho vai. No filho que vai, sempre fica um pouco da mãe: Um jeito peculiar de dobrar as roupas. Mania de empilhar a louça só do lado esquerdo da pia. Hábito de sempre avisar que está indo ao banho. Compaixão pelos outros, no olhar sensível. Força pra lutar. Na mente do filho, mãe fica.